Abuso nos petiscos, falta de atividade física e problemas hereditários são algumas das causas da doença
Segunda-feira, para muitos, é considerado o dia mundial da dieta. O problema é que lá para o meio da semana, poucos resistem a uma boa feijoada. E com a chegada do inverno, o que não faltam são promessas não cumpridas para uma alimentação mais balanceada. O que poucos sabem, no entanto, é que os maus hábitos alimentares dos seres humanos também têm influenciado a dieta de seus animais de estimação.
A especialista explica que é considerado obeso o pet que apresenta um peso 15% superior ao normal indicado para a raça e que, apesar do quadro de sobrepeso ser visível, é melhor que o dono leve o animal a um veterinário para que um exame de sangue seja realizado. “Isso é necessário para medirmos as taxas de triglicérides e colesterol, e assim elaborarmos uma dieta mais adequada às suas necessidades.” A dra. Carla explica também que caso não seja tratada, a doença contribui a médio e longo prazo para o surgimento de problemas ortopédicos, devido à sobrecarga na coluna e pernas do animal, além de hipertensão, diabetes, doenças respiratórias, cardíacas, hepáticas, entre outras.
Resultados da comilança Jodie, uma Dachshund de 6 anos, já sentiu na pele as consequências mais graves do sobrepeso. A cadelinha nunca gostou muito de atividades físicas e, com as guloseimas dadas diariamente por um dos empregados de sua dona, acabou diabética e obesa. Segundo a proprietária, a empresária Adriana Regina Queiroz, a pequena já sofreu três hérnias de disco, problema comum à raça, e que não estava diretamente ligada à obesidade do animal. Além disso, hoje, precisou mudar sua rotina alimentar e atividades físicas para mandar embora os quilos extras.
“A Jodie sempre foi preguiçosa. É uma luta fazê-la caminhar duas vezes ao dia. Quando fi ca cansada, logo para no meio da rua e começa a babar, comportamento que ela não tem quando vamos ao shopping, por exemplo. Depois da castração ela fi cou mais preguiçosa ainda.” A empresária conta também que sua cadelinha chegou a pesar 11 kg, quatro a mais que o recomendado para o seu tamanho, mas que depois da dieta controlada com a ração própria para cães diabéticos, ela está com 7 kg e mantém o peso fazendo duas sessões semanais de 20 minutos em uma esteira aquática especial para cães.
Problema semelhante passou a dona de casa Aparecida Gandolpho com sua Fox Paulistinha. Princesa chegou a pesar espantosos 29 kg devido à alimentação excessiva dada por sua dona e a falta de exercícios. O resultado da comilança é grave: a cadela está diabética, cega e surda, problemas agravados pela idade avançada. A pequena tem 13 anos. Atualmente, o animal passa por uma dieta rígida, à base de ração especial para cães diabéticos, e pesa 11 kg. Segundo Aparecida, ela viu o sinal vermelho acender depois dos comentários dos amigos que diziam que sua cadela parecia uma “foquinha”, e decidiu levá-la ao veterinário. “Quando íamos passear, ela ficava cansada fácil, bebia muita água, e consequentemente, começou a urinar demais.”
Sobrepeso nos felinos

É considerado obeso o bicho 15% acima do peso normal
A dra. Carla também orienta os donos de gatos a incentivarem seus animais a se exercitarem, deixando brinquedinhos espalhados pela casa. Outra dica é deixar os potes de ração e água em lugares diferentes, para que o animal possa se movimentar mais. Os petiscos e pedaços de carne também devem estar fora de cogitação, e é preciso ficar de olho no teor de gorduras e proteínas das rações. “A proteína em excesso sobrecarrega os rins, possibilitando um quadro de insufi ciência renal no futuro, explica a dra. Fernanda.As duas profissionais também são unânimes em afirmar que a obesidade é ainda mais séria nos felinos, principalmente porque eles não podem perder peso rapidamente como os cães. O processo de emagrecimento deles precisa ser lento, em média, de 6 a 7 meses. A dra. Carla orienta ainda que as porções de ração devem ser dividas em diversas partes ao longo do dia, mas que a quantidade não deve ser reduzida bruscamente. Em troca, em vez de um alimento comum, o gato obeso passa a ingerir ração light.
Prevenindo e identificando a obesidade
Para identificar se o animal está acima do peso, o Centro Nestlé Purina de Pesquisa e Desenvolvimento elaborou um quadro explicativo, permitindo ao próprio dono fazer o teste. Caso as costelas do cão possam ser visíveis e palpáveis e tenham apenas uma cobertura mínima de gordura, é provável que ele esteja no seu peso ideal. O abdômen retraído quando visto lateralmente e a cintura bem estabelecida quando o pet é visto de cima, também são indicações de peso saudável.
Já quando as costelas são apalpadas com dificuldade, com pesada cobertura de gordura, é melhor ficar alerta. A ausência de cintura abdominal e presença de gordura sobre o tórax, espinha, ao redor do pescoço e base da cauda são indicativos de sobrepeso ou até mesmo obesidade. Lembrando que o mesmo teste vale para os gatos.
E para prevenir a obesidade, as especialistas recomendam dar apenas ração aos pets e dividir o alimento em várias porções ao dia, para manter o organismo sempre em atividade. Duas boas caminhadas diariamente e passar tempo brincando com os animais também são maneiras de mantê-los em forma. E para animais “pidões”, que adoram rodear a mesa enquanto os donos estão se alimentando, a dra. Carla adverte: “o ideal é não acostumá-los a fi car no mesmo local onde acontece o almoço e jantar, e caso o dono não resista em agradar o pet, dar pedaços de courinho de boi é uma boa alternativa”.
A culpa é da genética
Mas nem sempre a alimentação em excesso e a falta de atividades físicas são os motivos para o ganho de peso. Causas hereditárias e problemas metabólicos gerados pelo mau funcionamento da glândula tireoide, também podem influenciar. Segundo as especialistas ouvidas, as raças Schnauzer, Labrador, Cocker Spaniel, Beagle e Golden Retriever têm tendência à obesidade.

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